O projeto da residência Morada das Artes tem como premissa um diálogo respeitoso à imponência da natureza Longe de buscar formas que se sobressaiam e competem com o entorno existente, foi proposta a criação de espaços integrados que propiciam grande fluidez entre os usos Assim, fundamentado no conceito de "habitação como instrumento de integração social", os blocos proporcionam espaços de convívio entre os residentes e visitantes fortalecendo as relações coletivas e, tornando o lugar mais saudável e seguro, além de permitir diálogos com o entorno por meio da transparência e conexões espaciais.
Baseada nos princípios da Arquitetura Védica Vastu Shastra a concepção volumétrica em " proporciona segurança, tranquilidade e estabilidade, assemelhando se conotativamente a um " que, simbolicamente, transparece como se a casa estivesse envolvendo em seus braços os moradores, os seus familiares e convidados e, especialmente, a natureza.
O formato em " compõe um conjunto arquitetônico articulado por meio dos eixos criado pelos blocos, que tem como finalidade integrar a construção ao seu entorno O resultado foi a obtenção de 3 blocos, divididos em área social, intima e privada O grande protagonista do projeto é o volume que corresponde à área social da casa, com pé direito duplo que conta com espaço gourmet cozinha, sala de estar e sala de jantar O ambiente é cercado por panos de vidro que se abrem completamente, liberando a passagem de luz e a ventilação natural, criando uma atmosfera fluida e contemporânea A resultante área social envidraçada fica visualmente integrada com a piscina biológica, afastada o suficiente para garantir a plena insolação.
A residência ainda conta com suíte master, suíte de visitas, sala de música, estúdio de gravação, ateliê gaia e área de serviço, distribuídas em dois blocos, um íntimo e outro privativo, que se abrem para o exterior por meio de portas de vidro O bloco da área íntima encontra se isolado do bloco social, criando uma maior privacidade A solução adotada para integrar os eixos foi a construção de uma passarela, que permitiu a conexão entre a suíte master e o telhado verde, de forma dinâmica e harmônica, estreitando a relação dos usuários com a natureza.
Por estar a mais 558 metros acima do nível do mar, as altas temperaturas causadas pelo clima quente e temperado são comuns na região Para tanto, compensar esse revés foi preciso garantir um ambiente agradável para os moradores Diante disso, criou se uma equação que conjugou a orientação solar e os ventos predominantes para garantir o controle da estabilidade térmica interna durante todo o ano.
A necessidade de privacidade em relação à rua e o desejo de integração com o jardim foram os elementos chave da concepção volumétrica A fachada lateral possui brises verticais de bambu, os quais, além de permitirem a privacidade quando necessária,regulam a incidência da luz solar.projeto é estruturado por um sistema tradicional de vigas e pilares, que busca sutileza por meio da criação de vazios, transparências e visuais A residência se abre em um pátio com vista para o espaço verde circundante tornando o espaço externo uma continuidade do espaço interno A madeira, a terra compactada e o vidro criam distrações mínimas para o olhar e permitem que a vista permanente da paisagem se mantenha como personagem principal A piscina biológica, elemento icônico da residência Morada das Artes, foi o ponto de partida para a composição do restante do jardim Com ar tropical e leve, o paisagismo valoriza a arquitetura em que está inserido.
